quarta-feira, 25 de julho de 2012

Mundo individualista?

Após um período de férias muito necessitadas, estou de volta... Que alegria estar na minha casa e no meu país de novo!!! Viajar é bom, mas o retorno às atividades é igualmente prazeroso, assim como poder sentir-se útil ao desempenhar um trabalho!

Durante esse período, assisti a uma cena que, no começo me deixou confusa, depois preocupada e mais tarde angustiada. Na Piazza Navona, em Roma, uma menina tentava gritar por sua mãe, ou, pelos menos, era o som que aparentava e desesperada, rondava por todos os cantos. No início, pensei que era alguém com algum transtorno psiquiátrico, pois a confusa marcha e a falta de planejamento racional na busca eram visíveis.

O som (ou tentativa dele) pronunciado era "ma-ma/ ma-ma" levando a várias interpretações: ou a menina procurava por sua mãe e era surda e, portanto, limitada na fala,ou poderia estar procurando a filha que se perdeu dela. O interessante é que, em ambas as hipóteses, apesar das centenas de pessoas que se encontravam naquela praça, numa tarde quentíssima de verão, ninguém a ajudou. As pessoas ficaram olhando a cena e comentava entre si o "tal desatino" da menina.

Foi então, que um senhor, que estava com sua família, resolveu ajudá-la e o resto é história.

Contei esse fato para que pudéssemos pensar por que, em dadas situações da vida, somos mais espectadores do que atores. O que faz com que nosso cérebro aja de maneira diferente tentando resolver um problema enquanto que outro sujeito não tenta nem pensar sobre...

Google Images
Não sou cientista, e não tenho como provar com dados psicométricos, mas acredito que uma boa parte de nós é atraído pelo bizarro e quando digo isso, levo ao nível da curiosidade. Muitos sabem o que devem fazer, mas esperam que o outro faça e, assim, ninguém realiza nada. 

Não estou exagerando e cito um exemplo: acidente de transito e engarrafamento, o que têm em comum? A curiosidade! Se você não é médico, paramédico, enfermeiro ou parente da vítima, está fazendo o quê, parado na pista olhando? " Será que alguém morreu?" E tem gente que desce do carro e procura pela cena mais horrorosa e depois volta contando, com verbos exagerados e metáforas nada favoráveis...

Mais uma vez, volto à menina do começo da história. O bizarro, ainda que seja denominado como curiosidade para que se atenua sua expressão, fez com que dentre centenas de pessoas, apenas uma a ajudasse. Talvez, o mundo esteja tão individualista, que estamos mais preocupados com os nossos do que com o próximo, não sei, ou, seja reflexo também, de uma mente atrofiada.