segunda-feira, 30 de abril de 2012

Nosso sistema de recompensas

www.youtube.com.br


Por que é tão difícil esperar para conseguir o que queremos? Como raciocinamos para obter algo especial no agora?

As respostas não são nada fáceis ... Mas, podemos conjecturar que adiar a recompensa é algo muito complicado. No vídeo vemos que a orientadora explica que se a criança esperar por um tempo poderá ganhar mais um marshmallow, ficando com o total de dois. Portanto, se a criança adia a recompensa imediata, tem um ganho futuro melhor. O problema é: como avaliamos quanto isso nos custará a longo prazo e a curto prazo.

Outro exemplo simples é quando resolvemos investir nosso dinheiro. A dúvida que surge é: qual aplicação é mais rentável? Poupança ou fundo de renda fixa? As duas têm vantagens e desvantagens, mas precisamos pensar em quanto tempo queremos esse dinheiro de volta. Cientistas procuraram entender, através de um scanner cerebral, qual sistema se importava com a recompensa imediata e qual racionalizava sobre o período mais longo. E eles descobriram que as áreas cerebrais emocionalmente ativadas pela escolha da recompensa imediata estava associada ao comportamento impulsivo. Enquanto que, aqueles que optaram por uma recompensa tardia, com retorno mais alto, “ativaram as áreas laterais do córtex envolvidas na cognição superior e na deliberação. E quanto mais alta atividade nessas áreas laterais, mais o participante se dispunha  a adiar a recompensa”. (Eagleman, p.128)

Como no vídeo, vemos exemplos de crianças que pensam sem hesitar no aqui-agora, pois não vislumbram, em parte pela idade, no que vem depois. Podemos nos referir aqui, às pessoas que iniciam uma dieta e não conseguem seguir adiante. Sempre sucumbem relatando que resistir à tentação é muito difícil e se culpam por isso. Sabem que não devem comer, mas não conseguem resistir. Essas pessoas se deixam levar pela recompensa imediata, porque é muito difícil mesmo! Há outros mecanismos envolvidos no processo um pouco mais complicado e não vamos entrar no mérito da questão.

Quando alguém resiste à tentação, queremos saber como a pessoa conseguiu tal façanha e logo tentamos imitar suas estratégias, no entanto, funcionamos de maneira heterogênea. Isso significa que devemos descobrir como nós funcionamos para depois adotarmos um plano e, consequentemente, uma estratégia para resistir à tentação.

Salientamos que desejo/moralidade/consciência estão dentro de nós nos pressionando a cada decisão e, portanto, não há um botão que podemos ligar e desligar quando queremos. É preciso ponderar para acertar, ou, errar menos.

Referência Bibliográfica:

EAGLEMAN, David. Incógnito: as vidas secretas do cérebro. Rio de janeiro: Rocco, 2012.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Videogame promove envelhecimento mais saudável, diz pesquisa


Experiência estimula inteligência, é fonte de exercício e diversão. Hábito muda rotina e cria desafios na vida do idoso.


Imagens Google

O vídeogame vem se mostrando uma ferramenta valiosa para promover um envelhecimento mais sadio. Isso porque o hábito fornece estimulação cognitiva, é fonte de interação social, de exercício e de diversão.
Com isso, os idosos conseguem preencher mais suas vidas e serem mais independentes, de acordo com dois artigos publicados nesta terça-feira (24) na revista bimestral “Games for Health Journal”.
"Os idosos muitas vezes abandonam suas atividades ao longo da vida em troca de uma segurança e de um padrão imposto de velhice. (...) Mas os videogames oferecerem uma fuga da rotina. Todos estes benefícios podem melhorar o bem-estar de adultos idosos", afirma Bill Ferguson, o autor de um dos estudos.
As pesquisas ainda identificaram outros fatores que motivam o interesse dos idosos pelo jogo, além do aspecto social da experiência: o desafio que ela apresenta, a combinação de atividade cognitiva e física, e da possibilidade de obter capacidades específicas, como ganhar o jogo, por exemplo.
“Videogames oferecem uma boa alternativa às formas tradicionais de exercícios aeróbicos”, de acordo com a pesquisa, realizada em conjunto com a Universidade de Colônia, na Alemanha.
Depois de analisar idosos que passaram a jogar videogame com regularidade, a pesquisa concluiu que os jogos digitais foram importantes na mudança de comportamento, e os motivaram a cuidarem mais de si.

Retirado de www.g1.com.br/ciencia-e-saude

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Novas pesquisas sobre o autismo

Uma reportagem interessante foi vinculada no site do G1 associando obesidade, diabetes e autismo. De acordo com um estudo nos EUA, o risco de se ter um a criança autista, chega a quase 67% quando a gestante é obesa e diabética se comparado a mães saudáveis, ou seja, com peso normal, sem diabetes ou hipertensão. Esse estudo foi conduzido por pesquisadores vinculados a UC Davis MIND Institute, na Califórnia, mas  apesar deste dado importante, a pesquisa não alcançou significância estatística.
Imagens Google

O estudo também descobriu que as crianças autistas filhas de mães diabéticas apresentaram mais prejuízos, como déficits na compreensão da linguagem, produção e comunicação, do que  as crianças com autismo nascidas de mães saudáveis. Além disso, pesquisadores descobriram que as crianças sem autismo nascidas de mães diabéticas também exibiram alterações na socialização com comprometimento na compreensão da linguagem e de produção, quando comparadas às crianças não-autistas de mulheres saudáveis.
Para entender de maneira breve o que é o autismo, buscamos melhor entendimento em Scheuer, Andrade, Gorgati et al (2005) quando relatam que é “um alteração grave e complexa do desenvolvimento infantil e se manifesta entre os 18 e 36 meses de idade. (...) tem impacto (...) principalmente nas áreas de interação social, das habilidades comunicativas e do comportamento.”
Apesar do DSM IV ( Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) relatar que pode ser observado esse transtorno em associação com uma doença neurológica ou outra condição médica geral (fenilcetonúria, esclerose tuberculosa, síndrome do X frágil) não indicou que a obesidade e nem o diabetes poderiam estar associados ao autismo.
Imagens Google
 Outros três estudos americanos, identificaram vários genes ligados ao autismo.
No primeiro, liderado por Matthew State, da Universidade Yale, descobriu-se mutações em genes expressados no cérebro que estão associados às doenças do espectro autista.
Outra, liderada por Mark Daly, da Faculdade de Medicina Harvard, em Boston, mostrou que muitas das mutações genéticas encontradas nos autistas não necessariamente causam o distúrbio.
Para Evan Eichler, da Universidade de Washington, quanto mais velho for o pai da criança, maior probabilidade desta desenvolver o transtorno autístico, ou seja, a maior parte das mutações tem origem paterna.
Os três trabalhos, todos de universidades dos EUA, tiveram como enfoque as chamadas mutações “de novo”, erros genéticos que surgem nos pacientes, mas que não estavam presentes em seus pais e se devem a fatores internos da própria célula. Isso quer dizer que as pesquisas foram desenvolvidas partindo da premissa de que esse transtorno não apresentava características familiares.
Seja como for, apesar de existirem concepções que assumem ser o autismo decorrente de alguma deficiência na estrutura cognitiva do indivíduo, não existe ainda um a base teórica comum para esta afirmação. ( Scheuer, Andrade, Gorgati et al, p. 202, 2005)

 Fonte:
DSM IV
MELLO, CB; MIRANDA, MC; MUSZKAT, M. Neuropsicologia do Desenvolvimento. Editora Memnon:Sâo Paulo, 2005.