Antes de mais nada, devo responder a pergunta: comemos porque temos fome, certo?
Mais ou menos.... Bom, comer é o ato que nos faz lembrar da família, pelo menos há um um século era assim, nos lembra a um ritual em que todos estão reunidos ali em prol de algo comum. È o momento da conversa, de saber como foi na escola do filho, de contar como conseguiu superar uma situação difícil no trabalho....
E por isso, mesmo sem fome, comemos para participar desse "acontecimento". Estarmos com o outro, termos a companhia de quem gostamos é algo prazeroso.
Lembramos que antigamente, creio que uns 30 anos atrás ou menos, o bonito era ser "gordinho", a criança para ser considerada saudável devia ser assim. Lembro-me disso, porque eu era muito magrinha e minha avó mineira chamava atenção de minha mãe por eu parecer doente, com os braços magrinhos e pontudos. Mas eu não era doente, eu era saudável e acima de tudo, muito ativa em minhas brincadeiras.
Coletando dados para minha pesquisa sobre a obesidade no Brasil, descobri a Mulher de Willendorf. É uma pequena estátua que remonta ao período Paleolítico Superior, descoberta em uma vasta região que vai da Sibéria à França e compreende também a Itália. A figura representa uma mulher obesa, nua, com seios grandes, abdome, coxas e glúteos muito opulentos, a vulva inchada e pronunciada. Naquele tempo, ser obeso era um privilegio raríssimo, por isso, pode-se entender a figura da Mulher de Willendorf como deusa-mãe, símbolo da fertilidade, com culto à obesidade feminina entendida como garantia de fecundidade.
E aí, podemos entender um pouco mais porque é tão difícil para nosso corpo aceitar comer pouco em vista de um ideal de beleza. O que se vê hoje é o horror ao corpo opulento e um culto exagerado a magreza.
Ser magro tornou-se distinção social e portanto, algo tão almejado. Ser magro representa poder comprar roupas "onde todo mundo compra"; escolher uma blusa no tamanho disponível da loja e não no seu... e aí, a felicidade... de estar entre àquelas pessoas que usam o mesmo número que você.
Certa vez estava em uma loja de moda feminina bem conhecida no shopping aqui em Niteroi e uma moça com biotipo maior que o eu, queria o mesmo casaco que eu estava levando. No entanto, essa mesma peça, era única naquela loja e era eu que estava comprando. Muito sem graça, a moça pediu para experimentar e eu deixei. Sua tristeza logo ficou aparente, pois o casaco ficou apertado para seu tipo físico. Ela então, pediu um tamanho 44 para a vendedora, que disse NÃO TRABALHAR COM ESSE TAMANHO!! Sem ter o que fazer a moça foi embora sem nada dizer.
Quem nunca presenciou ou passou por isso?
È importante entender que, apesar de todo o esforço, o corpo humano tende a manter o peso mais alto que já atingiu e por isso, economiza nas gorduras estocadas. Quando se tenta reduzí-las, isso é interpretado pelo cérebro como ameaça a integridade física.
Lembro-me de uma artigo de Drº Drauzio Varella que dizia :
"Perder peso é lutar contra a natureza humana"
Mas é para frente que se anda e quem quer mudar, deve traçar metas realizáveis e tentar sempre se superar.
Bjos e ate semana que vem!!!!