quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Bullying até quando?


Ola!!! Depois de algum tempo, estou de volta... Devido a carga de trabalho tive que deixar de lado meu querido blog, mas consegui uma brecha para estar aqui novamente!

Foi o atendimento a alguns pacientes que me motivou a fazer o post de hoje. O bullying como conhecemos, existia com outros nomes: provocação, apurrinhação, intolerância e tantos outros. O fato é que sempre terá alguém mais forte e maior que você que irá tentar intimidá-lo, seja através de agressão física ou psicológica. Em ambos, os danos são devastadores.
Acredito que o bully (valentão) é alguém que reproduz um comportamento aprendido dentro de seu ambiente social, seja em casa ou no grupo de amigos, tendo como lema que quem não bate, apanha. Algumas famílias tendem a cobrar demais do filho exigindo uma criança perfeita em tudo e, portanto, criando grande ansiedade nesta, que pode ser ou não geradora de agressividade contra si ou contra os outros. E isso é tão sério, que essas pessoas começam a não aceitar alguém diferente do modelo a que estão submetidos. Daí a olhar o outro como sem valor, fraco, sem iniciativa, tímido, não merecedor de respeito...  Reagem desta maneira porque são ou foram olhados assim desde pequenos e, portanto, não apredneram de outra forma.
Os pacientes aos quais me referi e a quem tenho profundo carinho sofreram o bullyig escolar. Uma delas porque era deficiente auditiva e muda e com problema em uma das pernas. A mãe resolveu tirá-la da escola porque ela chegava cheia de hematomas nas pernas e nos braços. Por conta disso, foi saber com a professora o motivo de tantos machucados e, segundo a mãe me contou, a resposta foi que a sua filha era muito desastrada e vivia caindo. Essa menina saiu da escola por desgosto e, por que não dizer, maus tratos? Não terminou o Ensino Fundamental!
Até onde sei, aprendemos com as diferenças dos nossos semelhantes, seja porque queremos imitar algo que o outro tem e nós nã;, seja porque rejeitamos um comportamento considerado inapropriado, segundo nossas crenças. Já ouvi muita mãe dizer para o filho quando vê outra criança fazendo birra na rua: “Tá vendo aquele menino? Que coisa feia ne, tá todo mundo olhando para ele. Viu como é feio ficar chorando na rua, meu filho?” E assim, vamos formando nossas crenças...
Quem não lembra do filme Karatê Kid I, do anos de 1984, em que o Daniel Sam é brutalmente espancada por uma gang de lutadores de artes marciais porque ele era novo na cidade e mais fraco que eles? A história se repete... sempre.



Em um trecho da luta consegue-se identificar um dos agressores dizendo: "An enemy deserves no mercy" (O inimigo nao merece misericórdia). Mas que inimigo?

Quanto a outra paciente, sofre profundamente por ser magra, timida e nao conseguir se introsar com o grupo social. Também decicdiu parar de estudar ano que vem, mas ainda estou tentando convencê-la de que a atitude destrutiva do outro nao pode destruir a sua sua vida.

Nao devemos esquecer que há o bullying entre mulheres, que em minha opinião é pior do que entre homens. Quantas vezes já vimos meninas dando surras umas na outras por motivos banais? E tudo começa na escola...

 Para "vingar" as pessoas que sofrem , está no ar um programa que faz o bully "entender" o que é sofrer o bullying. Não estou defendendo a violência, até porque, gera mais agressividade e o programa nao mostra se a situação melhorou ou piorou após o bully cair no chão de tanto apanhar. Embora receba advertências do apresentador de que poderá desistir, o valentão diz que vai até o fim. Portanto, é sua escolha continuar no programa e se expor.


 Gostaria de encerrar dizendo que o bully é tão sofredor quanto àqueles que faz sofrer, pois é incapaz de expressar verbalmente sua angústia. Ao meu ver, era ele quem devia estar sentado no meu consultório e nao àqueles a quem ele agride.


quarta-feira, 1 de agosto de 2012

É possível conversar durante uma festa no meio do barulho?

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Se observarmos as pessoas numa festa e, até nós mesmos, perceberemos algo curioso: conseguimos, de certa maneira, conversar apesar do fundo sonoro alto e do borborinho das pessoas.

*O inglês Colin Cherry (1953), do Instituto de Tecnologia de Massachussets, chamou isso de cocktail party. Segundo ele, uma pessoa consegue ouvir a outra em situações como essa graças a um mecanismo que filtra uma mensagem e rejeita as outras: é a chamada atenção seletiva.

Cherry inventou a técnica da escuta dicótica, que consiste em fazer com que a pessoa escute simultaneamente (graças a um fone de ouvido estéreo) duas mensagens diferentes, uma em cada ouvido. Ouvir duas mensagens é impossível, e Chery observou que os indivíduos fechavam os olhos para se concentrar melhor. Em compensação, quando pedia às pessoas que prestassem atenção no ouvido direito, a   mensagem desse lado era compreendida, enquanto a do lado esquerdo mal era lembrada. É o mecanismo de atenção seletiva que permite que nos concentremos, que nos desliguemos do ruído ambiente ou de uma conversa, para refletir ou ler. 

(...) Em uma experiência de escuta dicótica, as mensagens enviadas aos dois canais (ouvidos esquerdo e direito) eram quatro pares de palavras e números (p.e.: gato/4; rua/8; dia/3). Pedia-se aos participantes que se lembrassem primeiro da mensagem de um ouvido, depois a do outro. Primeiramente perguntaram a eles quais foram os pares que ouviram em cada lado. para o primeiro ouvido, a lembrança foi muito boa, de 80% a 100%. Inversamente, a mensagem do segundo canal foi desastrosa, de 20% a 60%. Por outro lado, quando se pediu aos participantes que lembrassem o que foi dito por categoria, ou seja, primeiro os números e depois as palavras, a lembrança foi bem melhor para o segundo ouvido, que era o canal não esperado.

Isso mostrou que o filtro não eliminou a informação do segundo ouvido, pois foi possível encontrá-la. A informação foi primeiramente analisada e memorizada, e só na sequência a atenção realizou seu trabalho de seleção.

Uma forma de ver esse tipo de experiência acontecer na prática é reparar quando estamos lendo uma revista ou assistindo a TV e aguçamos o ouvido quando sentimos que estão falando de nós, ou quando falam uma palavra de um assunto que nos interessa. O mesmo ocorre com a mãe que adormece profundamente assistindo a um filme na TV, mas é capaz de acordar ao ouvir o menor suspiro de seu bebê.

* Matéria retirada da revista Psicologia - experimentos essenciais: Cérebro e Memória. São Paulo:  Duetto Editorial, 2010, pp.94-95.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Mundo individualista?

Após um período de férias muito necessitadas, estou de volta... Que alegria estar na minha casa e no meu país de novo!!! Viajar é bom, mas o retorno às atividades é igualmente prazeroso, assim como poder sentir-se útil ao desempenhar um trabalho!

Durante esse período, assisti a uma cena que, no começo me deixou confusa, depois preocupada e mais tarde angustiada. Na Piazza Navona, em Roma, uma menina tentava gritar por sua mãe, ou, pelos menos, era o som que aparentava e desesperada, rondava por todos os cantos. No início, pensei que era alguém com algum transtorno psiquiátrico, pois a confusa marcha e a falta de planejamento racional na busca eram visíveis.

O som (ou tentativa dele) pronunciado era "ma-ma/ ma-ma" levando a várias interpretações: ou a menina procurava por sua mãe e era surda e, portanto, limitada na fala,ou poderia estar procurando a filha que se perdeu dela. O interessante é que, em ambas as hipóteses, apesar das centenas de pessoas que se encontravam naquela praça, numa tarde quentíssima de verão, ninguém a ajudou. As pessoas ficaram olhando a cena e comentava entre si o "tal desatino" da menina.

Foi então, que um senhor, que estava com sua família, resolveu ajudá-la e o resto é história.

Contei esse fato para que pudéssemos pensar por que, em dadas situações da vida, somos mais espectadores do que atores. O que faz com que nosso cérebro aja de maneira diferente tentando resolver um problema enquanto que outro sujeito não tenta nem pensar sobre...

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Não sou cientista, e não tenho como provar com dados psicométricos, mas acredito que uma boa parte de nós é atraído pelo bizarro e quando digo isso, levo ao nível da curiosidade. Muitos sabem o que devem fazer, mas esperam que o outro faça e, assim, ninguém realiza nada. 

Não estou exagerando e cito um exemplo: acidente de transito e engarrafamento, o que têm em comum? A curiosidade! Se você não é médico, paramédico, enfermeiro ou parente da vítima, está fazendo o quê, parado na pista olhando? " Será que alguém morreu?" E tem gente que desce do carro e procura pela cena mais horrorosa e depois volta contando, com verbos exagerados e metáforas nada favoráveis...

Mais uma vez, volto à menina do começo da história. O bizarro, ainda que seja denominado como curiosidade para que se atenua sua expressão, fez com que dentre centenas de pessoas, apenas uma a ajudasse. Talvez, o mundo esteja tão individualista, que estamos mais preocupados com os nossos do que com o próximo, não sei, ou, seja reflexo também, de uma mente atrofiada.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Nossos esquecimentos...

Durante o término do laudo de um paciente, me veio à mente a tentativa de lembrar o nome do meu dentista, mas não conseguia  por nada!!  De tanto me esforçar e tentar associar o nome  a alguma coisa que eu tivesse mais contato, acabei conseguindo. E é claro, isso tem uma explicação! Não sou fã de Freud, mas confesso que, com relação a esquecimentos,  enquanto humanista que sou, fez certo sentido para mim ...
Existe um livrinho de bolso bacana, reescrito por Silvia Alexim Nunes, intitulado “A Psicopatologia da Vida Cotidiana”, no qual aborda conceitos freudianos com uma linguagem mais fácil e acessível a todos que se interessam pelo assunto. No capítulo sobre esquecimentos e lembranças, dividiso em mais quatro subcapítulos (digamos assim), existem um em especial que gostaria de tratar aqui: esquecimento de nomes próprios.

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Referi-me a este, não só por conta do meu relato inicial, mas porque isso ocorre todos os dias com as mais diferentes pessoas. Assim, entendemos que “ o nome não é só esquecido, mas erroneamente lembrado. Ao nos esforçarmos para lembrara o nome perdido, outros nomes (nomes substitutos) entram em nossa consciência e, sabemos de imediato que não são o nome que procuramos, embora eles insistam em se impor”.
Lembro também que, esquecemos aquilo que nos trouxe desprazer e fazemos de tudo para que tal lembrança não volte a nossa mente, seja desviando-se de um caminho na rua ou “apagando” da consciência o nome de alguém que nos fez sofrer. Em geral, tal lembrança nos remete a antipatia, ressentimento, repulsa, amor, culpa.
Quando dei meu exemplo, estava tentando responder ao meu marido o nome da dentista que me atende. Apesar de frequentar seu consultório há alguns anos, não me sinto a vontade indo ao dentista. Durante horas tentei lembrar em vão do nome e “do nada” consegui uma associação nada convencional e, aparentemente sem sentido para outros, mas essencial para mim. Fiz o seguinte deslocamento: o nome era Jussara, mas não conseguia recordar nem o inicio da primeira silaba, então, lembrei-me de Barão de Juparanã. Daí pra frente, foi mais fácil e nunca mais esqueci. Ressalto que gosto muito dessa dentista, ótima profissional. Meu problema não é pessoal, mas com a profissão. Quando era criança usei durante anos aparelho ortodôntico, o que me causava grande desconforto. Aliado a isso tudo, sentia dores pela correção dos dentes e deboche de outras crianças da escola. Pensando assim, meu motivo de esquecimento tem razão não é? Não querer lembrar das dores é compreensível, mas enfrento meu problema, apesar suar as mãos quando tenho consulta marcada!!
Em outra situação, houve a necessidade de lembrar o nome de uma pessoa com a qual eu não tinha muito contato e o pouco que tive era superficial, pois, não tínhamos nenhuma afinidade. Quando me perguntavam o nome, me vinha tudo á mente, menos o nome... Decidi que teria que vencer essa barreira imposta pela minha mente, pois se tratava de uma antipatia e, depois de alguns meses, fiz outro deslocamento interessante. Visitando um bairro de Nova Iorque, chamado Soho, vi uma loja de roupas chamada Ermenegildo Zegna, a princípio achei o nome muito estranho e difícil até de ler numa placa na entrada da loja. Foi quando tive o  insight  e fiz a tal associação. O nome tentado lembrar em vão era Ermelinda. Hoje em dia, já não preciso mais do deslocamento, pois nos damos bem. Foi tão engraçado, que não tive como deixar passar.
Sendo assim, Freud nos diz que há duas fontes principais para esquecer nomes: aqueles que o próprio nome toca em algo desagradável e aqueles nos quais ele entra em contato com outro nome que tem essa capacidade.
De agora em diante, pensemos mais sobre os esquecimentos de maneira focada.  Quando descobrimos por que esquecemos (dor, amor, frustração) torna-se mais fácil lembrar.



quarta-feira, 30 de maio de 2012

Neurônios-espelho: O que são?

Os neurônios-espelho foram descobertos por acaso pela equipe do neurocientista Giacomo Rizzolatti, da Universidade de Parma, na Itália. O grupo colocou eletrodos na cabeça de um macaco, um aparato que permitia acompanhar a atividade dos neurônios na região do cérebro responsável pelos movimentos através de um monitor. Cada vez que o macaco cumpria uma tarefa, como apanhar uva-passas com os dedos, neurônios no córtex pré-motor, nos lobos frontais, disparavam. Quando um aluno entrou no laboratório e levou um sorvete à boca, o monitor apitou – foi uma surpresa para os cientistas, porque o macaco estava imóvel. O mais intrigante é que sempre que o macaco assistia o experimentador ou outro macaco repetir essa cena com outros alimentos os neurônios disparavam.


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Mais tarde, exames de neuroimagem mostraram que nós temos neurônios- espelho muito mais sofisticados e flexíveis que os dos macacos. “Nosso conhecimento do motor e a nossa capacidade de ‘espelhamento’ nos permitem compartilhar uma esfera comum de ação com os outros, dentro do qual cada ato motor ou cadeia de atos motores, sejam eles nossos ou dos demais, são imediatamente detectados e intencionalmente compreendidos antes e independentemente de qualquer mentalização”, observa Rizzolati.

A equipe do neurocientista Giovanni Buccino, da Universidade de Parma, usou ressonância magnética funcional para medir a atividade cerebral de voluntários enquanto eles assistiam a um vídeo que mostrava sequências de movimentos de boca, mãos e pés. Dependendo da parte do corpo que aparecia na tela, o córtex motor dos observadores se ativava com maior intensidade na região que correspondia à parte do corpo em questão, ainda que eles se mantivessem absolutamente imóveis. Ou seja, o cérebro associa a visão de movimentos alheios ao planejamento de seus próprios movimentos.

Outras experiências mostram que os neurônios-espelho dos macacos ainda são ativados diante de um estímulo indireto, que é associado a uma tarefa. Por exemplo, o som de uma casca de amendoim se quebrando. Isso se deve a neurônios-espelho, audiovisuais que seriam importantes na comunicação gestual desses animais. Nos seres humanos isso também é possível: os neurônios são ativados quando a pessoa imita, complementa uma ação ou quando apenas imagina ela própria realizando essas mesmas ações.

“Os neurônios-espelho mudaram o modo como vemos o cérebro e a nós mesmos, e têm sido considerado um dos achados mais importantes sobre a evolução do cérebro humano”, diz o neurocientista Sérgio de Machado, pesquisador e pós-doutorando do Laboratório de Pânico da UFRJ. “Se a tarefa exige compreensão da ação observada, então as áreas motoras que codificam a ação são ativadas. Isso indica que há uma conexão no sistema nervoso entre percepção e ação, e que a percepção seria uma simulação interna da ação”, completa.

Particularidades dos neurônios-espelho


O pesquisador Giovanni Buccino destacou algumas particularidades do seu estudo com os neurônios-espelho:
• Os neurônios só são ativados quando o experimentador interage com um objeto (como uma mão pegando uma banana).
• Os neurônios não são ativados quando a ação observada for simplesmente imitada, isto é, executada sem a presença do objeto.
• Os neurônios não são ativados durante mera apresentação de objetos.
• Nossa sobrevivência depende do entendimento das ações, intenções e emoções das outras pessoas.
• Experimentos com tomografia por emissão de pósitron mostraram que as áreas ativadas durante a observação de um sujeito pegando um objeto foram:
- sulco temporal superior
- lobo parietal inferior
- giro frontal inferior
(todos no hemisfério esquerdo)
• Metáforas
Os neurologistas Paul McGeoch, David Brang e Vilayanur Ramachandran, da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, mostraram que é graças aos neurônios-espelho que somos capazes de interpretar metáforas.

* Matéria escrita por Roberta Medeiros, retirada do site www.portalcienciaevida.com.br


segunda-feira, 7 de maio de 2012

Ganho de peso associado a personalidade

Essa é uma matéria retirada da ABESO, como achei interessante e útil, gostaria de compartilhar.



Imagens Google
Disponibilidade para novas experiências, sensibilidade aos sentimentos dos outros, extroversão, capacidade de concordar e discordar e níveis de preocupação. Essas características foram consideradas em um estudo sobre obesidade, realizado durante cinco décadas, nos Estados Unidos.

Um grupo de pesquisadores do Estado de Baltimore mediu o Índice de Massa Corporal (IMC) de 1.998 pessoas e cruzou os dados com avaliações psicológicas.
Depois de mais de 15 mil checagens e medidas, no período de 50 anos, a conclusão foi a de que o temperamento tem fortes conexões com as chances de desenvolver a obesidade ao longo da vida.
Segundo a pesquisadora Angelina Sutin, do Instituto Nacional do Envelhecimento, dos EUA, coordenadora do trabalho, constatou-se existir uma diversidade de traços de personalidade, relacionada ao ganho de peso. Além disso, cada uma desses traços contribui para isso de maneira diferente.
Com rigor científico, a pesquisa demonstrou que características como impulsividade, generosidade, perfeccionismo, tristeza, medo, culpa, raiva e vergonha predispõem os indivíduos ao ganho de peso. Angelina Sutin é categórica em afirmar que tais características permitem predizer que a pessoa se tornará obesa com o passar do tempo.
Além disso, o trabalho de Baltimore mostrou que desempenhar muitas tarefas ao mesmo tempo, especialmente quando se está sentado à mesa para uma refeição, e a dificuldade em dormir, também sugerem um maior consumo de calorias.
No entanto, o que mais chamou a atenção no estudo foi o fato de pessoas extrovertidas, amigáveis e disponíveis para situações inusitadas terem mais tendência a engordar.
Em razão dessa pesquisa, outros centros de estudo começaram a focar no entendimento mais profundo das origens da obesidade em relação à personalidade das pessoas.
Em outra pesquisa de cientistas da Case Western Reserve University (EUA), foi observado que pessoas que estão sempre dispostas a agradar outras comem mais em ocasiões sociais.
De acordo com a autora desse estudo, a psicóloga Julie Exline, essas pessoas sentem ainda mais pressão para comer quando consideram que isso irá ajudar outras a se sentirem melhor. O estudo de Julie foi publicado na última edição do Journal of Social and Clinical Psychology.
Outro trabalho ainda, comandado pelo cientista Robert Cloninger, da Escola de Medicina da Universidade de Washington (EUA), revelou que indivíduos mais afeitos à busca de experiências novas e sensações agradáveis também ingerem mais alimentos.
Para Cloninger, as causas da obesidade parecem ser bastante semelhantes aos motivos que levam ao alcoolismo e à dependência de substâncias psicoativas.
 
Fonte:
www.abeso.org.br

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Nosso sistema de recompensas

www.youtube.com.br


Por que é tão difícil esperar para conseguir o que queremos? Como raciocinamos para obter algo especial no agora?

As respostas não são nada fáceis ... Mas, podemos conjecturar que adiar a recompensa é algo muito complicado. No vídeo vemos que a orientadora explica que se a criança esperar por um tempo poderá ganhar mais um marshmallow, ficando com o total de dois. Portanto, se a criança adia a recompensa imediata, tem um ganho futuro melhor. O problema é: como avaliamos quanto isso nos custará a longo prazo e a curto prazo.

Outro exemplo simples é quando resolvemos investir nosso dinheiro. A dúvida que surge é: qual aplicação é mais rentável? Poupança ou fundo de renda fixa? As duas têm vantagens e desvantagens, mas precisamos pensar em quanto tempo queremos esse dinheiro de volta. Cientistas procuraram entender, através de um scanner cerebral, qual sistema se importava com a recompensa imediata e qual racionalizava sobre o período mais longo. E eles descobriram que as áreas cerebrais emocionalmente ativadas pela escolha da recompensa imediata estava associada ao comportamento impulsivo. Enquanto que, aqueles que optaram por uma recompensa tardia, com retorno mais alto, “ativaram as áreas laterais do córtex envolvidas na cognição superior e na deliberação. E quanto mais alta atividade nessas áreas laterais, mais o participante se dispunha  a adiar a recompensa”. (Eagleman, p.128)

Como no vídeo, vemos exemplos de crianças que pensam sem hesitar no aqui-agora, pois não vislumbram, em parte pela idade, no que vem depois. Podemos nos referir aqui, às pessoas que iniciam uma dieta e não conseguem seguir adiante. Sempre sucumbem relatando que resistir à tentação é muito difícil e se culpam por isso. Sabem que não devem comer, mas não conseguem resistir. Essas pessoas se deixam levar pela recompensa imediata, porque é muito difícil mesmo! Há outros mecanismos envolvidos no processo um pouco mais complicado e não vamos entrar no mérito da questão.

Quando alguém resiste à tentação, queremos saber como a pessoa conseguiu tal façanha e logo tentamos imitar suas estratégias, no entanto, funcionamos de maneira heterogênea. Isso significa que devemos descobrir como nós funcionamos para depois adotarmos um plano e, consequentemente, uma estratégia para resistir à tentação.

Salientamos que desejo/moralidade/consciência estão dentro de nós nos pressionando a cada decisão e, portanto, não há um botão que podemos ligar e desligar quando queremos. É preciso ponderar para acertar, ou, errar menos.

Referência Bibliográfica:

EAGLEMAN, David. Incógnito: as vidas secretas do cérebro. Rio de janeiro: Rocco, 2012.