terça-feira, 16 de agosto de 2011

A OBESIDADE É TRANSMISSÍVEL?


Sabe-se que “os transtornos adictos são essencialmente problemas motivacionais” (Oliveira apud Heather, 1982) e pensando assim, pode-se entender porque os obesos não realizam as dietas prescritas; pacientes cardíacos não deixam de fumar; o alcoolista não para de beber, creditando à motivação a força propulsora que move os indivíduos a um objetivo.

Então é a motivação que move o sujeito para a tomada de decisão? Sim, cada um com seus desafios e barreiras a serem derrubadas.
Vamos ver o caso da obesidade. Sabe-se que esta já é considerada epidemia global preocupando ministério da saúde e governo de uma forma geral.  Mas o interessante é notar que nas populações de baixa renda a obesidade cresce mais e isso ocorre por dois fatores:
1)      Os alimentos que mais engordam são os mais baratos e mais práticos (como congelados, por exemplo);
2)      A falta de tempo da população para cozinhar de maneira saudável, o ritmo agitado de trabalho e a presença de sedentarismo estão presentes neste grupo. Não esquecendo de mencionar fatores como a falta de dinheiro e em alguns casos, a impossibilidade de caminhar pelas ruas devido a  vizinhança violenta.

Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), a obesidade é classificada como “doença crônica não transmissível”. Mas, será? Há um estudo que acompanhou durante 25 anos famílias de brasileiros que vivem no subúrbio de Boston, EUA. Essa pesquisa analisou milhares de pessoas incluindo marido, irmãos, filhos e o melhor amigo, sobre o tipo de relação que era desenvolvida entre eles. Após esse período, foi avaliado o que fazia com que aumentasse o risco de se desenvolver a obesidade. A conclusão foi a seguinte:
1)      Se tivesse um vizinho obeso, isso não implicava em nada;
2)      Se tivesse um marido obeso, aumentava um pouco o risco de a outra pessoa tornar-se obesa também;
3)      Mas, se esta pessoa tivesse o melhor amigo obeso, ela poderia se tornar igualmente obesa, ou seja, suas chances eram maiores do que nos casos anteriores.


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Isso ocorre, segundo a pesquisa, porque somos capazes de transmitir a outros nossos hábitos de alimentação e de vida sedentária. Se seu melhor amigo não faz nenhuma atividade e prefere ficar assistindo TV, fatalmente você irá fazê-lo companhia.  Com o tempo, estará assumindo seus mesmos hábitos. Através dessa pesquisa, conseguiu-se provar que os amigos têm  mais influência sobre a vida do outro do que a própria família. E que, portanto, a obesidade poderia ser considerada transmissível, não por bactérias ou vírus, mas através do estilo de vida.
Algo a se pensar não é? Será que somos capazes de introjetar hábitos alheios a nossa vida sem nos darmos conta?
Acredito que depende de muitas coisas e sendo a obesidade multifatorial, não se pode afirmar categoricamente que por um motivo ou outro se desenvolvera numa dada família.
Mas a questão da motivação entra onde? Bom, deveria servir para que se pudesse pensar nisso de forma crítica e mudar os hábitos alimentares. A simples tarefa de se movimentar deveria ser considerada por todos como algo saudável. Pelo simples pensamento de melhorar sua saúde e baixar o colesterol ruim do sangue.
Não é necessário querer ser igual a artistas da TV e se motivar a partir daí, pois provavelmente, você não conseguirá. Basta pensar no quanto seria benéfico para seu corpo, sua família, sua vida ou sua autoestima.
Deixo aqui o recado de que “mudar é preciso, caminhar é preciso”.

Beijos




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